A FMLN ONTEM E HOJE
O conflito social que sofremos responde a variáveis históricas e podemos descobrir as suas causas.
As revoltas indígenas de 1827, 1832, 1833, a de Anastasio Aquino, de 1846 e as que se seguiram, responderam à usurpação de terras que as elites realizaram [História de El Salvador, volume 2].
É cíclico, como podemos ver, e responde à exclusão estrutural, mediada pelo exército.
Seu papel sombrio, segundo as evidências, é o do carrasco exigente a serviço do oligarca aristocrático.
O episódio mais grave foi o da década de 70 do século XIX, com a lei de extinção dos ejidos promovida pela oligarquia, além da lei contra a vadiagem, que por um lado deixou 90% da população nas ruas. de origem indígena, para submetê-lo também às haciendas, feudos em que seriam transformadas as terras usurpadas.
Isso degenerou em pecuária e insegurança, dando origem à criação da infame Guarda Nacional, na primeira década do século XX, para quem, paradoxalmente, também tentou compensar algumas dessas terras aos seus antigos proprietários, no espírito de rebaixamento étnico. tensões, e que não conseguiu porque foi anteriormente assassinado, supostamente por problemas de contorno, que a verdade é que foi sepultado ao lado do falecido Dr. Manuel Araújo, presidente da República assassinado e promotor da referida reformas.
Chegamos ao golpe de Estado de 1931, que colocou Hernández Martínez no poder em conluio com a oligarquia, o exército, os Estados Unidos e a Inglaterra, realizando os massacres que queriam que esquecêssemos, em janeiro de 1932, ainda impunes, que o iniciaram-se regimes militares que duraram até 1979.
Este resumo não pode compilar todos os acontecimentos que viram o nascimento da FMLN, mas não é difícil calcular que foi a resposta natural do povo aos crimes de a oligarquia e os seus assassinos militares.
O que se diz contra ela é demagogia, respondendo ao interesse de difamar o exército popular, com especulações, falácias e contradições facilmente descartadas da história.
A paz obrigou a histórica FMLN a reconverter as suas estruturas para se tornar um partido político, abrindo-se, mas também iniciando uma luta interna, dando origem a uma decomposição progressiva, que se manifesta no apoio que a actual estrutura partidária dá ao governante ilegal que nós sofrer.
Deve-se notar que isso pode ser explicado pelo efeito sobre a esquerda política de assumir como governo o projeto neoliberal que afundou o país desde os anos 90.
Sua gestão da coisa pública foi exemplar, porém, sendo elogiada até pelos bancos multilaterais, o que não aconteceu com a direita, inclusive a atual.
Corrupção?
São os mesmos oportunistas que aproveitaram o boom da esquerda e agora, claro, brilham no partido governante para onde foram.
Aqueles que, por outro lado, constituem o músculo intelectual da esquerda, são vilipendiados como parte da estratégia de anulação do regime ilegal.
Está tudo na história.
Concluamos então que instrumento político é isso, e pode ser substituído, mas o seu valor permanece.